sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

El Calafate

El Calafate

      Saí de Ushuaia e peguei um voo direto para El Calafate, outro destino imperdível da Patagônia Argentina.  No verão, a cidade tem pelo menos 20 mil habitantes e muitos voos . No inverno, a cidade vira um breu, com menos de 5 mil habitantes e apenas um voo aterriza  por dia.
      A cidade está localizada muito próxima do Lago Argentino, lago que surpreende pela cor Azul clara. A beleza do local já me impressionou do avião, pois apesar de localizada as margens de um lago, é desértica e ao fundo vê-se paisagens de montanhas com neves glaciais. Então temos, deserto, lago e montanhas com neve tudo junto, é incrível.


         O Grande atrativo da cidade, é o fato dela estar apenas 1 hora de carro do Parque dos Glaciais, onde podemos visitar por terra ou barco o glacial mais famoso do mundo, o “Perito Moreno”.
    Como são formados os Glaciais e o que são eles? Imensos blocos de gelos de neve compactada, neve que desce das montanhas e fica na encosta, próxima aos lagos. Esses blocos de gelos são enoooormes.  
      É um fenômeno cíclico, ou pelo menos deveria ser.  Com a baixa temperatura do inverno, os glaciais aumentam de tamanho, e conforme o verão chega, ele vai derretendo e soltando pequenos blocos de gelo nos lagos/rios/oceanos. A grande maioria dos glaciais vem diminuindo gradativamente nas últimas décadas ou séculos. O Perito Moreno se mantém estável, razão 1 pela qual é tão famoso, outro fator, é por ser acessível por vias terrestres. Alguns glaciais conseguimos chegar apenas por barco. Por último, o Glacial Perito Moreno está muito próximo da Península de Magalhães._Nos invernos mais rigorosos,  sua camada de gelo  encosta na península, a tal ponto, que fecha o canal para uma parte do lago. Essa parte fica bloqueada, e aumenta seu nível de água até o início do verão, quando o gelo começa a derreter.  Ao derreter, o gelo cria um túnel para as duas partes se encontrarem.   Do momento que o gelo derrete e forma esse túnel, essa “tampa”, em poucos dias colide, a colisão é um espetáculo turístico e um lindo fenômeno. Como esse ano não aconteceu, busquei na internet imagens  para ilustrar o que acabei de explicar.
 Ano que obteve o fenomeno da “tampa”.
 Foto Janeiro 2014.

        A parte de terra é a península, as passarelas que podemos caminhar vão até próximo do Glacial e é possível caminhar por aproximadamente 2 horas, são todas mapeadas por cores para mostrar nível de distância. 
 Eu de uma das passarelas.

         É muito importante ir bem agasalhado, o vento é muito gelado e a temperatura, é pelo menos 10 graus abaixo da cidade, a recomendação é se agasalhar como cebola, ou seja, em camadas. O visual vale a pena por todo frio que se passa.
O dia passa muito rápido, já que antes de chegarmos nas passarelas fizemos um passeio de uma hora de catamarã para ver a frente do Glacial. 
          Normalmente, saíamos do hotel antes das 8 da manhã e por volta das 4 da tarde estávamos de volta. Tempo para um descanso e prepararmos para a Janta. Com o frio do local, estávamos sempre com bastante apetite e dispostos a degustar novos vinhos, prestigiamos muitos vinhos Patagônicos. O prato típico é o cordeiro patagônico, carne muito macia e saborosa.
           A cidade é muito, mas muito charmosa, e tem um centrinho muito agradável, então para se hospedar o ideal é ficar próximo da Avenida principal. Ficamos em uma transversal e todos os dias caminhávamos a Avenida inteira, como a cidade não é tão gelada, é agradável caminhar por ali. 
       
           Como El Calafate está próxima do Parque dos Glaciais, não se pode deixar de fazer um passeio de catamarã pelo Lago Argentino para visitar os Glaciais mais distantes Upsala e Spegazzini. O Upsala é o maior de todos, é aproximadamente 3 vezes maior que a cidade de Buenos Aires e também é um dos que mais está em regressão. No porto que saímos, pegamos o setor do barco da classe executiva, custa uns 40 USD a mais por pessoa, mas ali você tem direito à bebidas, lanches, poltronas reclináveis e ficar na frente do barco, no segundo andar. Como o passeio dura quase o dia todo, vale cada centavo investido, pois aproveitamos muito o conforto extra.


 Blocos de gelos solto pelo mar.

          Como o barco termina por volta das 16h00, fomos direto para o Museu Glaciarum, o museu dos Glaicias, museu super moderno, com vídeos, sala 3D e um super bar de gelo.  Como fomos em grupo foi uma festa, muito divertido. Você paga a entrada do museu e opta pelo ingresso do bar do gelo, a entrada é com número de pessoas controlada e com tempo limite para ficar lá, porque, é bem geladinho. Com direito a um drink e tudo é feito de gelo, copo, parede, cadeira, é o máximo. Se você nunca foi num bar de gelo, recomendo.

           A cidade tem muitos atrativos para jovens, pois se você quiser, pode andar de caiaque na frente dos glaciais, acampar, fazer muitas trilhas perto da pequena cidade de El Chalten (3horas de El calafate, famosa por montanhismo), escalar montanhas, pedalar, visitar o parque Torres del Paine no Chile (achei o passeio um pouco cansativo). Optei por uma pedalada, achando que seria uma passeio de 3 horas mais “tranquillo”, acontece que subimos uma montanha enorme de teleférico e o passeio foi com mountain bike em trilhas. Foi um dos passeios mais tensos da minha vida, estou com minhas costas doendo ainda de um super tombo que levei numa capotada, mas o que vale é a experiência (nem sempre)!!!


          Bom, as fotos pelo menos ficaram bacanas.

 Antes de subir o teleférico. (Já morrendo de frio)
 Como eu me arrependi de não ter feito o passeio do quadriculo!!!! Olha que legal gente!!!
Essa parte me lembrou um pouco da Serra Catarinense!!

          A cidade me surpreendeu e eu amei El Calafate, quem quiser mais dicas é só chamar!!!

        Agora chega de frio e vamos esquentar essa coluna, semana que vem vou falar de um local super cool, as Maldivas.

Beijos e obrigada!!


Mariana Paraiso. 

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